Estudo estima que há três trilhões de árvores no planeta
A revista Natura acaba de publicar um artigo no qual um time internacional de cientistas divulga o levantamento mais completo até agora da quantidade de árvores existentes em nosso planeta. O estudo, inicialmente sem precedentes, chegou a várias descobertas interessantes. Uma delas foi que os pesquisadores concluíram que a quantidade de árvores na superfície terrestre ultrapassa a impressionante marca de três trilhões. Existem 422 árvores para cada ser humano. O número total é sete vezes e meia maior que a estimativa aceita anteriormente, que previa a existência de 400 bilhões de árvores na Terra.
O nível de precisão só foi possível porque a equipe não utilizou apenas imagens de satélite na condução do levantamento, como fez a maioria das pesquisas anteriores. Desta vez, os cientistas combinaram dados de satélite a contagens mais minuciosas feitas nas próprias florestas. A partir da junção de informações, foi possível extrapolar os dados para áreas que não possuem bons inventários de vegetais. As informações abrangem uma área de 430 mil hectares e cobrem todos os continentes, exceto a Antártica.
“Não é como se tivéssemos descoberto novas árvores”, afirmou Thomas Crowther, ecólogo que hoje trabalha em uma instituição de pesquisa holandesa, mas liderou o estudo na Universidade Yale. “Ao invés disso, nós adicionamos uma outra camada de informação que nos permitiu revisar boa parte das estimativas anteriores”, explicou.
A partir dessa revisão, os pesquisadores descobriram que, todos os anos, cerca de 15 bilhões de árvores são derrubadas no mundo. Eles também concluíram que, desde o surgimento da agricultura, há cerca de 12 mil anos, o número de vegetais despencou 46%.
“A escala do impacto humano é assombrosa”, afirma Crowther. “Obviamente nós esperávamos que os humanos teriam um papel proeminente, mas eu não esperava que isso iria despontar como o controle mais forte na densidade de árvores.”
Áreas com maior umidade, onde a a vegetação deveria ser mais exuberante, acabam sendo desmatadas porque o clima úmido atrai agricultores. Um levantamento minucioso e preciso como este será de grande utilidade para outros estudos ambientais, como por exemplo sobre o clima ou o papel das florestas na purificação das águas e conservação do solo.
FONTE: revistagalileu.globo.com